segunda-feira, janeiro 21, 2008

ILHA


Um poema de Amílcar Cabral – Praia, Cabo Verde, 1945 –

Tu vives — mãe adormecida —
nua e esquecida,
seca,
fustigada pelos ventos,
ao som de músicas sem música
das águas que nos prendem…

Ilha:
teus montes e teus vales
não sentiram passar os tempos
e ficaram no mundo dos teus sonhos
— os sonhos dos teus filhos —
a clamar aos ventos que passam,
e às aves que voam, livres,
as tuas ânsias!

Ilha:
colina sem fim de terra vermelha
— terra dura —
rochas escarpadas tapando os horizontes,
mas aos quatro ventos prendendo as nossas ânsias!


p.s. Mais um homem que merece todo o respeito não por ser negro, mas sim por ter sido e continuar a ser um homem convicto, o mais luminoso intelectual e dirigente africano da sua geração e do nosso tempo.
Mais um grande homem entre tantos... assassinado pelas suas ideias... quantos mais irao morrer para obter mais riqueza e educaçao para o seu povo...

Com muito orgulho homenageio Amílcar Cabral no meu humilde espaço.... Cabral ka morri...

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